O pé diabético é uma complicação grave do diabetes que pode causar feridas, infecções e até amputações. Essa condição surge devido a alterações causadas pela doença, como a neuropatia diabética (dano nos nervos) e a má circulação sanguínea, que afetam a sensibilidade e a capacidade de cicatrização dos pés. A prevenção e o tratamento precoce são fundamentais para evitar consequências mais graves.
O que é o pé diabético?
O pé diabético refere-se a um conjunto de alterações nos pés de pessoas com diabetes, que podem levar ao desenvolvimento de úlceras, infecções e outras complicações graves. A neuropatia diabética reduz a sensibilidade dos pés, fazendo com que feridas ou machucados passem despercebidos. Além disso, problemas vasculares comprometem a circulação, dificultando a cicatrização.
Sem os cuidados adequados, uma simples lesão pode evoluir para infecções severas, gangrena e, em casos extremos, levar à amputação. Segundo dados de saúde pública, cerca de 85% das amputações relacionadas ao diabetes começam com feridas nos pés que poderiam ser prevenidas ou tratadas precocemente.
Quais são os riscos associados?
• Feridas e úlceras: Pequenos cortes, calos ou bolhas podem evoluir para feridas abertas difíceis de cicatrizar.
• Infecções: Devido à dificuldade de cicatrização, as feridas ficam vulneráveis a infecções,
que podem atingir tecidos mais profundos e até os ossos (osteomielite).
• Gangrena: A falta de circulação adequada pode levar à morte do tecido, causando a necessidade de amputação.
• Deformidades nos pés: A neuropatia pode causar alterações na forma dos pés, dificultando o uso de calçados e aumentando o risco de lesões.
Cuidados essenciais para evitar complicações
1. Inspecione os pés diariamente: Examine os pés em busca de cortes, bolhas, calos ou áreas avermelhadas. Se necessário, use um espelho ou peça ajuda de outra pessoa.
2. Higienizar os pés corretamente: Lave os pés com água morna e sabão neutro, secando bem, especialmente entre os dedos.
3. Evite andar descalço: Sempre use calçados adequados, mesmo dentro de casa, para evitar machucados ou cortes acidentais.
4. Escolha calçados confortáveis: Sapatos devem ser confortáveis, com espaço suficiente para evitar pressão ou atrito e sempre utilizar meias brancas sem costuras.
5. Hidrate os pés: Use cremes hidratantes para evitar rachaduras na pele, mas não aplique entre os dedos, pois a umidade pode favorecer infecções fúngicas.
6. Corte as unhas corretamente: Corte-as retas, sem arredondar os cantos, para evitar unhas encravadas.
7. Não use objetos cortantes: Evite retirar calos ou cutículas com lâminas ou tesouras. Sempre procure um profissional especializado, como um podólogo.
8. Acompanhe a saúde do diabetes: Manter os níveis de glicemia controlados é essencial para reduzir os danos ao sistema nervoso e vascular.
Quando procurar ajuda médica?
É fundamental buscar orientação médica ao perceber qualquer alteração nos pés, como feridas que não cicatrizam, inchaços, vermelhidão ou sinais de infecção, como secreção ou mau odor. O diagnóstico e o tratamento precoce podem evitar complicações graves e preservar a qualidade de vida.
Prevenção é a chave
De acordo com o *Manual do Pé Diabético*, a maioria das complicações pode ser prevenida com cuidados diários e acompanhamento médico regular. Consultas periódicas com endocrinologistas, angiologistas e podólogos são indispensáveis para monitorar a saúde dos pés e identificar riscos precocemente.
O pé diabético é um alerta para a importância do autocuidado e da educação em saúde para pessoas com diabetes.
Adotar uma rotina de cuidados pode fazer toda a diferença na prevenção de complicações, garantindo mobilidade, autonomia e qualidade de vida.
Fonte: Isabela Diniz